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Em entrevista ao MS Repórter, Fabio Arruda comenta erros das noivas e influências no ramo da moda

28 abril 2014 - 20h58

 Nascido no Rio de Janeiro, Fábio Arruda é considerado um dos grandes consultores de etiqueta e comportamento de celebridades. O Consultor de Etiqueta e Comportamento esteve em Campo Grande no dia 14 de março para ministrar uma palestra em uma das maiores feiras de casamentos de Mato Grosso do Sul - Expo Noivas MS.

Atualmente na Record, Fabio já passou por diversos programas de televisão e pelo reality show ‘A Fazenda’. Com uma bagagem nacional e internacional ele é autor de cinco Best Sellers.

Confira a entrevista exclusiva que ele concedeu ao MS Repórter, onde conta sua trajetória profissional, suas influências na moda e ainda as dicas para as noivas não fazerem feio no casamento.

 

MS Repórter - Qual é a sua formação e como iniciou como Consultor de Etiqueta?

Fabio Arruda - Eu fiz administração de empresas nos Estados Unidos, e quando eu voltei para o Brasil uns amigos dos meus pais tinham um antiquário, e como eu tinha muito tempo de Estados Unidos e domínio do idioma comecei a trabalhar com o antiquário, e disso veio a decoração. Inicialmente era apenas decoração de casas, mas começaram a me chamar para fazer decoração de festas. Em 2001 a minha prima Patrícia de Sabrit se casou com o Fabio Junior e eu fiz o casamento, e ao fazer esse casamento ele teve uma divulgação de mídia gigantesca, e logo em seguida, durante o casamento, a Claudete Troiano pediu para que eu ficasse com ela no Note e Anote da Record e desde então não parei mais. Depois do Note e Anote eu continuei com ela por cinco anos, depois fiquei com ela na Band, no programa Pra Valer, depois fui trabalhar com Ronnie Von em um programa de audiência gigantesca da Gazeta de São Paulo, depois no Ronnie fui para Olga Bongiovanni na Rede TV, e depois veio o convite da Fazenda na Record, e ao sair da Fazenda, fui novamente contratado pela Record e continuo lá até hoje.

MS Repórter - Porque decidiu trabalhar como Consultor?

Fabio Arruda - Eu tive uma educação muito caprichada, muito esmerada, tive uma criação com muitos valores, preceitos de onde a educação não era uma imposição, era uma coisa natural. Você educar a criança, ensinar a criança ser bem educada não era um ato heróico, era uma coisa normal, você educava seus filhos para que eles fossem crianças bem educadas. Então eu tinha essa base, quando comecei com essa história de organização da festas, e ao entrar na televisão, vi a demanda das coisas e o público começou a pedir material por escrito, daí saiu meu primeiro livro e ao longo desses anos, já são cinco Best Sellers.

Gosto de analisar o comportamento humano, gosto de prestar atenção em tudo que está acontecendo, acho bacana fazer parte do mundo onde eu estou, é por isso que eu vejo a etiqueta completamente separada da sofisticação ou do copo de cristal ou do talher de prata, isso eu costumo dizer que é um PHD da etiqueta, eu considero a etiqueta muito mais esse código de comportamento, essa ética decente, para que a gente conviva melhor entre as pessoas, para que o relacionamento seja mais agradável e para que tudo saia melhor e mais feliz.

MS Repórter - Você poderia explicar como é um trabalho de um consultor de etiqueta?

Fabio Arruda - O consultor de etiqueta observa o mundo, eu presto um trabalho corporativo para uma série de empresas, instituições financeiras, bancos, porque eles procuram que os funcionários e representantes traduzam a idéia daquela empresa para que ela tenha uma solidez, para que a empresa tenha além de funcionários competentes, tenha funcionários educados. Muitas vezes no decorrer desses últimos 30 anos muita coisa foi dando uma esquecida, foi se perdendo e a coisa voltou com tudo, e nesse voltar eu procuro trazer as pessoas, mas a minha base de trabalho é acreditar no bom humor, acredito na simpatia, acredito muito mais no sorriso do que na cara fechada, eu acredito que com bom humor você consegue trazer as informações de uma maneira mais gostosa e é isso que é o marcante na minha carreira, eu acho que é isso que me distancia, me diferencia, não pra melhor, nem pra pior, mas apenas me diferencia dos outros profissionais.

MS Repórter - Você se considera uma pessoa bem humorada?

Fabio Arruda - Absolutamente bem humorada, mesmo quando eu não estou bem humorado eu descubro uma razão para ficar bem humorado. Tenho uma filosofia que acredito plenamente, que é totalmente america. Um copo de água preenchido até a metade, ele pode ser enxergado como meio cheio ou meio vazio, tudo depende de como você quer enxergar esse copo. O meu copo está sempre meio cheio e ele vai transbordando.

MS Repórter - Você acha que a etiqueta atualmente tem a mesma força que nos anos 90?

Fabio Arruda - Muito mais. Nos anos 90 na realidade houve um abandono, eu acho que houve uma coisa contestadora, talvez comportamental contestadora das pessoas de querer quebrar todos os parâmetros, fazer de qualquer jeito. Nos anos 90 a preocupação era ganhar dinheiro, tanto o homem quanto a mulher estavam trabalhando, estavam fazendo dinheiro em casa, começaram a acumular um bom percentual econômico, e aí eu acho que de 2000 até mais, acho que de 2010 pra cá a coisa mudou.

Meu primeiro livro é de 2003, eu sinto que a virada desse ano 2000 fez com que as pessoas começassem a olhar e ver que tinham dinheiro, carro importado, apartamento na praia, casa no campo, mas que não tinham educação, que não sabiam comer direito, que não sabiam falar direito com as pessoas, e começaram a se preocupar com isso, ainda bem. É um resgate humano os valores humanos voltaram a serem importantes, e ainda bem que foi por pouco tempo que eles ficaram esquecidos, vamos dizer que foram 10, 20 anos no máximo de uma derrocada, mas a coisa subiu com tudo de novo.

MS Repórter - Quais são suas principais influências no ramo da moda?

Fabio Arruda - Quando a gente fala em moda, Paris e Roma, França e Itália me pegam muito forte. A gente tem grandes nomes espanhóis, a gente tem algumas grandes revelações do Oriente Médio que são muito boas também. No Líbano, apesar do Líbano ser uma coisa até mais européia do que oriental, mais a gente tem uns nomes, se a gente for pegar no volume, no grande, França e Itália, eles são meus grandes referenciais. E os americanos, eu tenho que tirar o chapéu para alguns estilistas, mais principalmente para a maneira como eles aprenderam a comercializar bem o produtos, como eles aprenderam a difundir a moda, a fazer a moda ficar interessante, rápida eficiente, isso é muito bacana.

MS Repórter - E no Brasil, quais são seus estilistas favoritos?

Fabio Arruda - No Brasil tem alguns estilistas que eu tenho absoluta loucura, o Samuel Cirnansck, ele pra mim é um inovador ele é arrojado e até já fez algumas noivas minhas minhas. Eu apoio enlouquecidamente a Marta Medeiros com essa tradução do brasileiro, com o uso das rendas dentro de tudo que acontece. Dentro do universo de noivas a gente tem um outro fenômeno, novo porque eles está mais agora na mídia, mas ele é um talento há muitos anos, ele estava na Daslu há muito tempo, que é o Sandro Barros, que hoje está demonstrando a volta do luxo, do glamour dos bordados, então é um resgate de uma série de valores que eu conhecia e respeito novamente.

MS Repórter - Quais são os maiores erros que as noivas cometem?

Fabio Arruda - Não te digo que sejam erros, mas talvez coisas que eu não concorde tanto, por exemplo, eu não sou muito adepto de noiva sexy, essa idéia ainda não me convence muito, a noiva sexy, a noiva periguete, eu ainda acho que não é o momento pra isso, eu também não entendo muitas vezes quando uma noiva quer brincar e casar de vermelho ou de roxo, eu respeito, o momento é delas e elas têm o direito de fazer o que elas bem entenderem, mas eu, dentro de toda essa minha leitura super globalizada, muito viajada, ainda gosto do tradicional, gosto do contemporâneo, mesmo com toque de modernidade, mas eu ainda gosto de uma noiva em tons claros, não obrigatoriamente o branco, mas em tons claros.

Mesmo uma noiva de segundas núpcias ou terceiras núpcias, ela pode casar com outros tons e também pode casar de branco, porque esse símbolo da virgindade já passou isso não existe mais, então se ela tiver uma imensa vontade de casar de branco também pode. Vai me causar estranheza se ela casar de preto, roxo ou de vermelho, mas eu aprendi sempre a respeitar a opinião de cada um, concordar é outra coisa, mas eu respeito.

MS Repórter - Como é trabalhar no ramo do casamento?

Fabio Arruda - É fascinante, e gosto muito e eu tenho esse alcance muito grande graças a televisão que eu agradeço imensamente. É uma carreira que eu tenho o maior orgulho eu agora sigo para o meu 13º ano ininterrupto na televisão sem sair do ar, então isso é muito gratificante.

O universo das noivas só me surpreende positivamente, porque eu estou trabalhando com alegria, com sonhos, com emoção, não dá pra achar ruim. Eu não estou em um julgamento de vida ou morte, eu estou em um início de uma nova vida estou em um processo onde duas pessoas vão criar uma nova família, vão criar uma nova instituição se eu não trabalhasse com alegria com isso o idiota seria eu.

MS Repórter - Qual o erro ou situação que você tenha discordado de uma noiva?

Fabio Arruda - Uma coisa que eu não gosto, que estava bastante na moda, acho que até já passou, era o ‘trash the dress’, que é você destruir o vestido de noiva depois do casamento. Eu não sou desses valores, até acho que não precisa guardar o vestido como era no caso da minha mãe, da minha avó, de deixar guardado pra sempre, mas depois disso doa para alguém que precisa, dá pra alguém que jamais teria um vestido como aquele. Agora essa idéia de picotar o vestido inteiro, pinchar o vestido, não gosto disso não.

MS Repórter - Quais as dicas que você daria para as noivas não errarem na hora do casamento?

Fabio Arruda - Muita programação, muita antecedência, que elas contratem profissionais sérios, que elas chequem quem são esses profissionais, que referência profissional existe deles, e principalmente, eu sou super fã dos assessores, dos cerimonialistas, mas na hora de contratar um, tenha certeza que você está fazendo a contratação certa, porque pode ser um grande erro.

MS Repórter - Qual a importância de eventos como feiras e exposições voltadas para as noivas?

Fabio Arruda - Eu acho fundamental você poder difundir as informações, você pode ampliar aquilo que está acontecendo e aquilo que não está acontecendo, você poder mostrar tendências, não que você com isso vá dizer que é pra todo mundo fazer assim, mas com isso você mostra que existe essa possibilidade, que existe essa novidade, e aí as pessoas começam a exercitar o ato de escolher, quero isso, não quero aquilo, tenho vontade disso, não tenho daquilo, levando a informação para um número maior de pessoas o resultado final vai ser mais rico, porque as pessoas esperam mais preparadas.

MS Repórter - Como foi participar do reality show “A Fazenda”?

Fabio Arruda - O reality pra mim foi uma experiência interessante, porque quando me chamaram foi na primeira edição, ninguém sabia o formato, eu conhecia por que fora do Brasil ele já existia. Eles queriam justamente o cara da etiqueta, o homem da boa educação enfiado no meio de um reality show, no primeiro momento eu até falei muito com meus advogados, fiquei em dúvida, mas aí eu topei e não me arrependo em nenhum momento, porque eu tive uma sensação muito gostosa, primeiro porque a minha edição foi com um elenco muito bacana, talvez com elencos mais modernos como tenha sido atualmente eu não conseguisse fazer, mas o meu foi uma grande brincadeira, parecia que a gente estava em um acampamento, foi uma delícia.

Fiz boas amizades ali, independentemente de o fato de ter pessoas completamente diferentes, porque você não é amigo só de quem é igual a você, você também gosta de pessoas que são diferentes, mas o que me deu mais prazer foi quando terminou o reality sai da Fazenda e assisti toda a minha participação, não como Fábio Arruda, mas como uma pessoa assistindo o Fábio Arruda e com os erros e com os acertos, com os defeitos e com as qualidades, eu gostei do Fábio Arruda, então valeu a pena.

MS repórter - Voltaria a participar se recebesse um convite?

Fabio Arruda - Eu acho que hoje em dia a proposta do dos realitys evoluiu para um tipo de elenco meio eclético, é um elenco muito mais misturado com pessoas de profissões muito diferentes, todas admiráveis cada uma naquilo que faz, mas eu acho que com tanta diferença de educação eu não sei se iria conseguir, esse bando de palavrão e atitudes do tipo de cuspir uma pessoa na outra, eu já não gosto.

MS Repórter - Você acha que as pessoas estão entrando nos realitys para se exporem ainda mais?

Fabio Arruda - Eu acho que sim. Mas também acho que na primeira edição o elenco tinha postura diferente, todas as pessoas, não que fossem melhores, era o Pedro Leonardo, um garotão, a Lucieli, irmã do Zezè e Luciano, a Baby Xavier, a Dani Carlos, o Dado Dolabella, que apesar de qualquer polêmica é um menino de uma família de atores super consagrados, ele também. Acho que todo mundo ali tinha uma base um pouco mais estruturada talvez, que não permite que você se exponha desse jeito, eu não teria nem essa vontade de se expor porque eu não sou assim, eu tenho mãe, tenho família, eu tenho valores que para mim são muito mais caros do que R$ 1 milhão R$ 2 milhões ou o que possa ser o prêmio.

Por Mariana Rodrigues

 

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