Grupo Silvio Santos negocia venda do Baú da Felicidade

26 MAI 2011 • POR • 00h01

Não é novidade que o Grupo silvio Santos vem passando por dificuldades desde o escândalo que envolveu o nome do seu ex-banco, o Panamericano. Por conta disso, na tentativa de reestruturar os negócios, o apresentador do SBT também se desfez de parte de seu patrimônio.

O primeiro passo foi a venda da Braspag,empresa de pagamentos digitais, para a Cielo pelo valor de R$ 40 milhões. E a próxima, de acordo com Lásaro Carmo Júnior, vice-presidente do Grupo Silvio Santos, será o Baú da Felicidade. 

Segundo o vice-presidente, a rede varejista que conta com 137 lojas pelo Brasil deve ser vendida em, no máximo, 90 dias.

"O nosso plano de reestruturação inclui a venda dessas duas empresas no curto prazo. Queremos focar em apenas três segmentos que nos interessam”, afirmou. Com a venda da rede Baú, o grupo pretende alcançar uma receita de R$ 2,3 bilhões em 2011.

Ainda segundo Lásaro Carmo Júnior, a intenção do grupo é focar nas áreas de comunicação, consumo e captalização, fortalecendo os negócios da rede de cosméticos Jequiti, das 14 emissoras de televisão (incluindo o SBT) e da responsável pela Tele Sena, Liderança Capitalização. 

As demais empresas do grupo como a construtora Sisan, o hotel Jequitimar e a seguradora Panseg, não deverão ser colocadas á venda. “Elas são saudáveis, mas não devem receber grandes investimentos”, diz o executivo. Ele admite ainda que é possível que grupo venda outros empreendimentos no futuro.

Baú da Felicidade

A empresa já foi um dos principais negócios de Silvio Santos, mas hoje é uma empresa deficitiária. O apresentador assumiu o Baú antes mesmo de fundar o SBT, em 1958. O sucesso foi atingido gráças às vendas dos carnês, que permitia que os clientes participassem de sorteios e retirassem o valor pago em produtos nas lojas correspondentes. 

No entanto, depois das condições de créditos ganharem mais flexibilidade no mercado, o carnê do Baú deixou de ser interessante para a classe C, e parou de ser vendido em 2007. 

“O Baú não acompanhou o processo de distribuição de renda, de consolidação do varejo e perdeu valor”, afirma o diretor da consultoria Alvarez & Marsal, José Carlos Peluso.

De fora das fusões entre outras importantes lojas de varejo pelo Brasil, o Baú ficou para trás. Silvio Santos tentou comprar o Ponto Frio, mas perdeu o negócio para o Pão de Açúcar e com isso a possibilidade de salvar sua empresa.

Porém, mesmo com todos os problemas, Peluso avalia que o Baú ainda é um bom negócio, especialmente para as redes que precisam se posicionar em São Paulo e na região Sul, onde a empresa de Silvio Santos é mais atuante. 

Como exemplo, o diretor cita a Máquina de Vendas, rede formada pela união das varejistas Ricardo Eletro e Insinuante, que ainda não atuam na cidade de São Paulo e nem na região Sul do país. 

Para ele, até mesmo a rede Pão de Açúcar poderia se beneficiar da aquisição, já que ainda não tem uma presença forte nos Estados do Sul.

 

Camila Bertagnolli