Morte da violeira Helena Meirelles completa seis anos hoje
29 SET 2011 • POR • 11h30Helena foi artista de vida simples. Nascida em uma fazenda de Bataguassu, no ano de 1924, ela não chegou a aprender a ler e escrever, mas começou a tocar viola ainda criança. Aos oito anos de idade já animava bailes da região. Cresceu rodeada por peões, comitivas e violeiros.
Nesta época, ela ainda não era conhecida, e apenas 60 anos depois, subiu ao palco profissionalmente pela primeira vez. Foi então que Helena Meirelles ficou conhecida como Dama da Viola, aos 68 anos.
Helena Meirelles foi autêntica nata também na vida pessoal. Casou-se por imposição da família aos 17 anos, mas abandonou o marido pouco tempo depois para juntar-se a um paraguaio que tocava violão e violino. No entanto, separou-se novamente para tocar viola e ganhar a estrada. Até que encontrou o terceiro marido, com quem ficou junto por ais de 35 anos. Ela teve onze filhos somando os três casamentos.
Uma das grandes conquistas profissionais da violeira foi em 1993, quando foi eleita pela conceituada revista norte-americana "Guitar Player" como uma das melhores instrumentistas do mundo, sendo comparada a astros como Keith Richards, do Rolling Stones, e Eric Clapton.
Analfabeta e autodidata, Helena gravou os álbuns: 1994 - Helena Meirelles; 1996 - Flor de Guavira; 1997 - Raiz pantaneira; 2002 - Ao vivo (também conhecido como De volta ao Pantanal); e 2004 - Os bambas da viola (CD com a participação de Helena Meirelles).
Helena Meirelles morreu logo no início do dia 29 de setembro de 2005, 00h30, vítima de parada cardiorrespiratória aos 81 anos. Violeira, cantora e compositora brasileira, reconhecida mundialmente por seu talento como tocadora da denominada viola caipira (violas de seis, oito, dez e doze cordas), sua música é reconhecida pelas pessoas nativas de Mato Grosso do Sul, como expressão das raízes e da cultura da região.
A instrumentista morreu em casa. Ela havia passado duas semanas internada na Santa Casa de Campo Grande para tratar uma pneumonia aguda crônica, mas já se alimentando por via oral e sem necessitar de aparelhos para respirar, teve alta e foi para casa.
Ana Maria Assis