O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, defendeu hoje (29) a autonomia da autarquia, definida em lei. “Do ponto de vista estritamente técnico, a teoria macroeconômica, amparada pela evidência internacional, indica que o ambiente institucional, que contempla autonomia legal para conduzir a política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic], traz ganhos para as economias dos países que adotam. Do ponto de vista estritamente técnico, sou favorável à autonomia legal,”, ressaltou.
No último dia 18, o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, disse que o BC trabalha com autonomia operacional. Meirelles lembrou que está na diretoria do Banco Central há sete anos e que já participou de mais de 50 reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa Selic. "O Banco Central funciona com autonomia operacional. Todas as decisões que tomei foram com minha consciência”, observou, ressaltando que nunca recebeu sugestão para tomar decisões. “O trabalho do Banco Central precisa de autonomia operacional, mas não vou entrar na discussão sobre a necessidade de [isso] estar na lei”, enfatizou.
A discussão sobre a autonomia do Banco Central é um dos temas do debate entre os candidatos à Presidência da República. A candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, disse que não “acha necessária” e criticou propostas que defendem autonomia técnica da instituição, sem o controle do governo e do Congresso Nacional.
Já a candidata do PSB, Marina Silva, defende a autonomia do BC, para garantir que o país recupere a credibilidade e volte a crescer.