Veículos foram os produtos que mais tiveram de realizar recalls no Brasil, com 77% de participação no total de ocorrências no período de 2002 a 2011, informou o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo), que lançou hoje um banco de dados sobre essas operações.
Em 2010, as montadoras bateram o recorde, com 65 campanhas. Até maio deste ano, foram realizados 13 pedidos.
No período do levantamento, foram registradas 433 pedidos de recall. Depois dos veículos, os produtos de saúde tiveram a segunda maior participação nos pedidos de recall, respondendo por 7,6% dos registros.
Na sequência estão os produtos infantis, com 4,6% de participação, e os produtos de informática, representando 4,1% dos recalls. Peças e acessórios automotivos, alimentos e bebidas e eletrodomésticos e eletroeletrônicos somaram os 6,7% restantes.
Os dados da pesquisa do Procon paulista ficarão disponíveis na internet para consultas dos consumidores no site do órgão.
Segundo Eloisa de Souza Arruda, secretária de Justiça e defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, o objetivo do lançamento do banco de dados "é preservar a vida dos consumidores". "É um fortalecimento da cidadania e uma forma de o consumidor comparar produtos, serviços e empresas", disse.
CONSUMIDORES
O Procon-SP também divulgou uma pesquisa sobre a percepção do consumidor do que é recall. Oitenta e cinco por cento dos 1846 consumidores consultados disseram saber o que é recall. O órgão perguntou, ainda, onde se aplica o recall.
Para 56% dos entrevistados, o recall seria aplicado a todo e qualquer produto e serviço; 25% responderam que seria aplicado a todo e qualquer produto; 11% responderam que aplicava-se apenas a veículos; e 8% disseram que serviria para determinados produtos.
Os fornecedores são obrigados a convocar um recall apenas quando é detectado um "problema que põe em risco a saúde e segurança do consumidor".
DIVULGAÇÃO
Para 72% dos consumidores, os recalls não são bem divulgados pelos meios de comunicação. As peças e textos de convocação de recall foram avaliadas como insatisfatórias por 61% entrevistadas; apenas trinta e quatro por cento dos entrevistados avaliaram os chamados como satisfatórios.
Ida Garcia/Fonte: Conjuntura Online