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Pesquisa do Ipea diz que mais brasileiros se assumem negros

17 maio 2011 - 17h41

Na opinião da coordenadora de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul (Cppir/MS), Raimunda Luzia de Brito, os brasileiros estão se assumindo negros devido a sua autoestima e também por ter grandes personalidades negras no poder. “O presidente (dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama), da maior potência do mundo é negro. O atleta do século (Edson Arantes do Nascimento), Pelé é negro e brasileiro. Então, a autoestima do negro foi levantada. O que faltava muito era referência”, explica Brito ao comentar sobre a divulgação do estudo “Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira”, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). 


A pesquisa divulgada pelo Ipea na ultima quinta-feira (23), em Brasília (DF), mostra que mais brasileiros estão se assumindo como negros. 


Raimunda Brito diz que é importante também ressaltar que a população negra e indígena aumentou nos últimos anos. Segundo ela, as pessoas estão se amando mais. “Então elas se assumem. Hoje é importante você ver o adolescente se assumir como negro. Porque ele tem referências”. Ela ainda cita como grande referência para o movimento negro, o nome da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República, a socióloga gaúcha Luiza Bairros. “A nossa meta é trazê-la ao Mato Grosso do Sul. Porque nós estamos no Ano Internacional dos Afro-descendentes”.   


Censo


De acordo com as informações do Ipea, os dados do Censo 2010, que começaram a ser divulgados no final do ano passado, revelam que houve uma mudança significativa na configuração da população brasileira ao longo do século. As transformações foram registradas em todas as regiões do país e em todos os grupos sociais e raciais, embora com diferentes velocidades. Uma delas, no entanto, chamou atenção no último levantamento apresentado: pela primeira vez na história do Censo, as pessoas que se declaram brancas são menos da metade da população.


Pela classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 97 milhões de pessoas se dizem negras (pretas ou pardas) contra 91 milhões de pessoas brancas. Outras cerca de 2,5 milhões se consideram amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho. Como resultado, a taxa de crescimento da população negra na última década foi de 2,5% ao ano e a da branca aproximou-se de zero.



Helton Verão com informalções do Notícias MS

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