A cirurgia de redução de estômago tem sido um dos procedimentos usados pelos médicos para conter, além da obesidade, a diabetes tipo 2. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, já há casos de diabéticos com índice de massa corporal (IMC) baixo – na casa dos 20 – que operaram e melhoraram os níveis de glicose no sangue. A resistência à insulina e a secreção desse hormônio pelo organismo também diminuem depois disso.
“Sou a favor da cirurgia bariátrica para o controle da diabetes tipo 2, porque geralmente o paciente também tem obesidade ou muita gordura abdominal. A maioria das pessoas, depois disso, consegue normalizar os níveis de glicose, e, caso a doença volte, vem menos agressiva”, explicou o médico.
Essa opinião é compartilhada pela pesquisadora brasileira radicada na Itália Elza Muscelli, do Departamento de Clínica Médica da Universidade de Pisa, que defende que a restrição calórica e o consequente emagrecimento provocados pela cirurgia bariátrica ou pelo uso de um balão intragástrico podem “curar” a diabetes. Mesmo que isso seja temporário.
“Ainda que o resultado não seja permanente, e a pessoa volte a ser diabética em cinco anos, são cinco anos que ela ficará livre da doença. E esse não é só um problema clínico, mas também cirúrgico”, disse Elza na última sexta-feira (27) durante simpósio do 14º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, em São Paulo.
A médica destacou que os efeitos dependem do tipo de cirurgia, e citou estudos italianos que revelam que, após uma derivação biliopancreática (também chamada de método de Scopinaro, que reduz o volume do estômago e liga o pedaço restante ao final do intestino delgado), por exemplo, a sensibilidade à insulina melhora logo nos primeiros dias. E o controle chega a ser o dobro do atingido pelo balão intragástrico. “Mas a normalização nunca é de 100%”, afirmou.
Além de conter a diabetes, a cirurgia bariátrica tem benefícios sobre a mortalidade geral, o risco de doenças cardíacas e câncer. Por outro lado, trabalhos apontam que a operação pode elevar os índices de acidentes e suicídios em mais de 50%.
Karla Lyara/Fonte:G1
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