O Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Planurb) está trabalhando em conjunto com outras secretarias na elaboração de alternativas para transformar em realidade o Corredor Cultural “Waldir dos Santos Pereira”, planejado quando o antigo traçado da ferrovia, entre as avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, foi urbanizado. Hoje, o cenário é desolador para os comerciantes que acreditaram no projeto e montaram quiosques e para a população do entorno, preocupada com a volta de dependentes químicos, pedintes que, antes da revitalização, faziam da região seu território de circulação. Somente dois dos 11 quiosques continuam funcionando e, um dos remanescentes, acabou sendo destruído numa ação de vândalos.
“Temos que atrair público para a região”, sintetiza o diretor-presidente da Planurb, Marcos Antonio Cristaldo. Ele defende também medidas de incentivo tributário (como o desconto no IPTU) para os proprietários de imóveis lindeiros que mostrem interesse em investir na Orla, abrindo portas de acesso aos seus estabelecimentos comerciais ou novos negócios.
Uma das ideias em debate com a Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania e as associações de artesanato, é transformar o espaço da Orla Ferroviária (entre Mato Grosso e Antonio Maria Coelho) em mais uma feira permanente de artesanato, hoje funcionando apenas na Praça do Imigrante. Junto com o artesanato, a proposta é que a Fundação de Cultura leve para a Orla Ferroviária eventos culturais que também sirvam de chamariz de público.
Como somente dois dos 11 quiosques de alimentação construídos na Orla Ferroviária continuam funcionando, o diretor da Planurb diz que será feita outra licitação para atrair novos permissionários.
Os dois permissionários, dos onze, que continuam abertos com seus quiosques alimentação, torcem para que os projetos de retomada do Corredor Cultural “Waldir dos Santos Pereira”, sejam executados. A proprietária do Estação Grill”s, Lao Espíndola, acredita que a região tem todas as condições para se transformar num espaço para o turismo gastronômico.
Ela acha fundamental que o poder público use o espaço para eventos culturais como o lançamento de discos, livros, exposições de artes plásticas. “Assim, teremos gente circulando inclusive no período noturno”. Por razões de segurança e para economizar com a conta de luz, o Estação Grill”s , agora só funciona durante o dia.
Para Maria Conceição, da Cantinas’s, responsável de outro quiosque ainda em funcionamento, a persistência pode render ainda bons frutos. “A gente tem que acreditar.O absurdo é deixar acabar algo onde já foi investido muito e que ainda investimos. Este lugar é muito bom, lindo à noite e que deveria ser um ponto de encontro da cidade” .