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Feira Cultural Indígena resgata costumes e tradições na comunidade da Marçal de Souza

09 agosto 2018 - 17h05Por PMCG

Os costumes, as danças, as vestimentas, a alimentação e tudo que caracteriza a cultura terena são debatidas durante todo o ano na escola municipal Sullivan Silvestre, que está localizada na Aldeia Marçal de Souza. Os trabalhos realizados em sala de aula para aprender sobre a cultura indígena estão expostos para toda a comunidade escolar na Feira Indígena Cultural.

Aberta, nesta quinta-feira (9), com a presença do prefeito Marquinhos Trad, a feira tem como objetivo reacender a cultura dos povos indígenas através de danças, artesanato e comidas típicas. O evento completa este ano sua 20ª edição.

Para a secretária de Educação, Elza Ortelhado, o evento é importante por destacar o respeito aos indígenas e valorizar a cultura.

“O evento é importante para o resgate da cultura indígena, a valorização dos povos indígenas. A escola mostra para outras crianças não índias a cultura para que eles possam conhecer e respeitar”, afirmou.

A diretora da escola municipal Sullivan Silvestre, Onilda Camargo, pontua que não há como desvincular a escola da realidade que vive bem na porta.

“Nós temos aqui uma escola multicultural, a diversidade está presente na nossa escola. A feira de hoje é uma culminância do que é feito durante o ano todo. Temos duas disciplinas no currículo, Cultura Indígena, e Língua Terena, então nós vivemos isso”, disse.

A feira foi aberta com a apresentação da dança Siputrema e em seguida a dança da ema, mais conhecida popularmente como a “dança de bate pau”. A dança era feita quando os guerreiros davam o primeiro passo à procura da caça, do encontro da pegada do animal. Quando ele encontra, grita chamando os companheiros para saírem em perseguição.

A estudante Vanessa da Silva, de 10 anos, que participou da apresentação, relatou que aprendeu muito sobre a própria cultura.

“Sou terena, mas sei muito pouco da minha cultura. O que aprendi foi aqui na escola”, disse.

Já a aluna Anne Caroline, de 10 anos, disse que aprendeu que todos são iguais.

“Antes de eu estudar aqui, eu achava que os indígenas eram diferentes de mim. Agora vejo que somos todos iguais, não há diferença. Aprendi também sobre as danças, os costumes. Muito interessante”, disse.

Para a aprendizagem das crianças, os professores trabalharam com fotografia, desenhos e a confecção de brinquedos usados pelos indígenas, como as bonecas de cabaça.

O professor Itamar Jorge Pereira, indígena que atua como técnico na Divisão de Educação e Diversidade, ligado a Superintendência de Políticas Educacionais – SUPED, da Secretaria de Educação, disse que estes trabalhos são de suma importância porque as crianças vivem no contexto urbano e a escola tem um papel fundamental para resgatar a cultura, a língua e as danças.

Escola indígena

A escola Sullivan Silvestre conta com 465 alunos e é referência em educação indígena na Reme. O público da escola Tumone Kalivono corresponde a 20% da população indígena da aldeia Urbana Marçal de Souza da etnia Terena. Parte dos professores que lecionam na unidade também são descendentes indígenas da tribo local. O diferencial da escola está ainda no acréscimo de disciplinas de língua e cultura terena que são aplicadas para as crianças.

Além da sala de aula com matérias especificas, a alimentação também é direcionada de acordo com a cultura indígena, conforme preconiza o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar que orienta para o uso de alimentos que fazem parte de tradições culturais da região.

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