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Compositor de grandes sucessos, Wilson Sideral comenta sobre sua carreira e influências musicais

09 abril 2012 - 03h00

“Fácil, extremamente fácil, pra você e eu e todo mundo canta junto”. Ouvir o verso dessa música te lembra de qual artista? A resposta seria Jota Quest, certo?


Mas depois de ler essa entrevista, pode mudar seu pensamento sobre esta canção e tantas outras, de autoria de Wilson Sideral. Ele é conhecido nacionalmente por suas próprias interpretações, mas também é um grande compositor e produtor musical.


O artista esteve na última semana em Campo Grande para uma apresentação. Wilson é irmão do vocalista do Jota Quest, Rogério Flausino, além do parentesco, da fisionomia e das vozes idênticas, parece que o dom musical vem de família também.


O primeiro contato de Sideral com a música aconteceu logo aos oito anos, quando ganhou um violão de natal de seu avô. Tios e primos contribuíram para a paixão pela música, que com o passar do tempo só foi aumentando juntamente com seu amor pelo futebol, mais especificamente pelo Atlético Mineiro, que carrega estampado na pele.


Aos 12 anos começou a tocar na primeira banda, onde também criou suas primeiras canções. Depois passou pelas bandas “Capitão Gancho” e “Omeriah”, até em 1997 dar início a carreira solo.


Em 1999, com o single “Não Pode Parar” ficou conhecido em todo Brasil, mas indiretamente todo o país cantava sua música através da interpretação de “Fácil”, com Jota Quest em 1998. Em seguida, em 2001, ainda na voz do Jota, a música “Na Moral” ganhou popularidade.


Em 2004, uma composição e interpretação que ganhou todas as “Marias” e apreciadores do pop/rock brasileiro, a música “Maria” foi lançada e até hoje ainda é bastante reproduzida nas rádios.


Depois dela, “Fugindo de Mim” e a interpretação de “Vem andar comigo”, da banda do irmão Flausino fez os brasileiros decorarem os versos de Wilson Sideral.


Recentemente, em 2010, Sideral inovou lançando o “Sideral Drive”, um Pen Drive, com músicas, clipes, letras, cifras, fotos e muito mais sobre o cantor.


O cantor e compositor já gravou quatro discos na carreira e está finalizando o quinto, que deve ser lançado em dois meses. Um poço de humildade e simpatia, o artista atendeu jornalistas, e fãs sem a menor cerimônia.


“Quer saber? Já foi!”. Acompanhe na íntegra a conversa com o cantor e compositor.


MSREPÓRTER - Quem te influenciou a gostar de música e também a compor?


Fui influenciado pelos meus avós, tios e primos a gostar de música e a compor mais pela minha mãe, ela que sempre me incentivou muito, era professora de gramática, me ensinou a ler e escrever, me dava aulas de redação.


MSREPÓRTER - Você começou a escrever com apenas 12 anos, como eram essas composições? O que envolvia?


No comecinho, eu era uma criança, nossa banda chamava “Contato Imediato”, por causa daquele filme, “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, sempre fomos ligados nessa coisa de ficção científica.


Era uma coisa infantil, estávamos nos anos 80, tinha as referências de Lobão, Cazuza e Legião Urbana. A gente falava de umas questões políticas, questionava as coisas da vida, do que a gente passa, incertezas que quando adolescentes passamos.


MSREPÓRTER – Existem composições desta época ainda no seu repertório ou de alguma outra banda?


Não, faz muito tempo. Mas tem algumas que foram feitas há seis anos, por exemplo. Algumas não cabem no repertório de um CD, aí eu me lembro daquela música que eu fiz um tempo atrás, que ficou guardada em uma gaveta, num bauzinho, então sempre tem isso.


MSREPÓRTER – Tem o lance de juntar o trecho de uma letra com outro e fazer uma composição só?


Comigo não acontece, as minhas composições eu sempre começo pelas letras e depois eu faço a música.


Muitas das bandas que conheço começam pelo groovie, pela levada e fazem primeiro o "na-na-na", o ritmo e depois criam a letra sobre a melodia.


MSREPÓRTER – E quais as suas inspirações musicais?


São muito vastas. Eu cresci num ambiente muito musical, vendo meu avô cantando seresta, meus tios MPB, Jovem Guarda. Depois eu descobri o rock brasileiro, depois fui ouvir Black Music. Então é uma mistura de elementos que é difícil dizer exatamente qual influenciou. Mas eu posso dizer que é uma pitada de rock, uma coisa da Black Music e swing do Soul.


Canções minhas gravadas por outras bandas, eu abro espaço dentro do show e toco Legião, Paralamas, Marisa Monte de uma forma diferente, tanto o autoral, quanto releitura, covers de coisas que eu gosto.


MSREPÓRTER – Quantas vezes você veio a Campo Grande?


Esta é a segunda vez que eu toco aqui, a primeira vez foi no Morena Music Festival, com Skank, Jota Quest e Detonautas.


MSREPÓRTER – Quando se fala em Campo Grande e Mato Grosso do Sul o que lhe vem em seu pensamento?


Tem o Pantanal, claro é uma referência nacional, mundial, mas me chamou muito atenção as pessoas. Aqui todo mundo é feliz, alegre, a receptividade com meu trabalho me deixa muito feliz também.


MSREPÓRTER – Das suas composições, teve alguma que você não apostava fazer sucesso e se destacou pela receptividade do público?


Claro que algumas músicas a gente faz sem muitas pretensões, uma coisa que sai na hora, de coração, 'sem dourar muito a pílula', e de repente essa música cresce durante a gravação. Pega uma levada boa que o pessoal se identifica, mas sempre com maior carinho.


MSREPÓRTER – E as composições que você cede a outro artista, como funciona? Você as compõe imaginando em outra voz?


Na verdade, quase sempre são pessoas que têm uma sintonia comigo, que admiram meu trabalho, já ouviram algum CD e me ligam, trocam uma ideia, ou pede pra eu mandar alguma música pra ela, e assim aconteceu com a maioria deles.


MSREPÓRTER – Você lançou em 2010 o “Sideral Drive”, um pen drive com singles, clipes e vários outros aplicativos sobre você, qual a relação que você faz com o uso da tecnologia para divulgação?


Tivemos essa ideia, que foi diferente. Estamos acostumados com o formato do CD e DVD, e queríamos uma coisa a ver com os tempos que estamos vivendo. Hoje, todo mundo está plugado no computador, interagindo muito com a tecnologia e pensamos por que não fazermos um dispositivo que possa englobar além de áudio e vídeo que é normal de CD e DVD, mas também letras, cifras, fotos? E de certa forma conseguimos até alimentar a imprensa, com fotos em alta resolução, logos.


As tecnologias vieram pra ajudar a divulgar o trabalho, é um espaço democrático maravilhoso.


MSREPÓRTER – O que esperar do Sideral em 2012?


Dentro no máximo de dois meses será lançado meu novo álbum. Já está gravado, estamos na fase de fazer capa e masterização. São 16 músicas inéditas, terá a participação do Max de Castro, que é filho do Wilson Simonal. Tem um rap que tem participação do Rappin' Hood.


É também um disco que tem uma novidade que a galera vai sentir. Utilização de naipes de metais, uma coisa que nunca usei tanto nos meus álbuns, e nesse disco praticamente metade, tem arranjo de orquestra de metais, uma coisa super legal. Eu trouxe uma coisa dos anos 70, da coisa do soul misturado com Rock.


Helton Verão

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