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Inibidores de apetite são "muletas" que não alteram maus hábitos, diz fisiologista

28 junho 2017 - 19h23

Esta semana a Câmara dos Deputados sancionou uma lei que reacendeu uma antiga discussão: a liberação dos chamados inibidores de apetite. Os medicamentos sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol foram liberados para consumo mediante prescrição médica.

Na verdade, a discussão sobre a indicação desses medicamentos já é antiga e resgata uma polêmica cujos ingredientes já são bem conhecidos. Os medicamentos acima têm propriedades farmacológicas capazes de inibir o apetite, e, consequentemente, trazem resultados na grande maioria dos casos de redução de peso, representando um aliado muitas vezes importante no combate à obesidade, principalmente quando este quadro está ameaçando seriamente a saúde.

O problema que gera toda a discussão diz respeito aos seus efeitos colaterais, inclusive relatados em pesquisas científicas, como arritmia cardíaca, distúrbios do sono, alterações de humor entre outros. Outra questão que não pode ser esquecida é a dependência que estes medicamentos geram, representando uma espécie de “muleta” da qual o indivíduo passará a ser dependente a partir do início do seu uso. Podemos dizer que quando esta muleta for retirada, o problema voltará a existir. Os medicamentos não alteram os maus hábitos que levaram ao excesso de peso e sim estabelecem um “freio” farmacológico no apetite.

Após a suspensão do uso, quase com certeza absoluta será instalado o famoso efeito “sanfona”, que caracteriza a volta dos maus hábitos comportamentais e a recuperação do peso perdido, muitas vezes com resultados finais piores do que quando se iniciou o tratamento. Não é novidade a importância que o início de um programa de atividades físicas teria nesses casos. Até e principalmente associado à um eventual tratamento com os medicamentos.

O exercício pode modificar os maus hábitos. Quando a prática de uma atividade física for incorporada como uma rotina que o indivíduo adote com prazer de praticar, ele pode passar a depender cada vez menos da “muleta” farmacológica. O exercício muda a química cerebral e inibe a ansiedade, diminuindo a apetite.

O desafio é sempre o mesmo: indicar o programa adequado respeitando as características e necessidades individuais. O indivíduo ficar dependente de fazer exercício é saudável e só apresenta efeitos colaterais favoráveis, ao contrário dos medicamentos. Portanto, o que seria preciso aprovar seria não exatamente um inibidor de apetite e sim um “inibidor da preguiça”.

Por Turibio Barros, Miami, EUA

 

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