O papa Francisco pediu nesta quinta-feira (14), em Seul, que as duas Coreias ultrapassem "as recriminações" e deixem de recorrer ao "destacamento de forças", considerando que a paz só pode ser alcançada por meio do diálogo e do perdão.
Perante a presidenta da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e diferentes autoridades do país, Francisco, que falou pela primeira vez, em âmbito oficial, em inglês, saudou "os esforços desenvolvidos em favor da reconciliação e da estabilidade na península coreana (…), pois eles constituem o único caminho para uma paz duradoura".
"A diplomacia, enquanto arte do possível, baseia-se na firme e perseverante convicção de que a paz pode ser alcançada pela audição tranquila e o diálogo, mais do que pelas recriminações mútuas, as críticas estéreis e o destacamento de forças", afirmou o papa argentino, numa referência indireta ao regime norte-coreano.
A presidenta Park Geun-hye, que recebia o papa na Casa Azul, residência oficial da chefe de Estado sul-coreana, lembrou que mais de 70 mil famílias continuam separadas desde a divisão da península no final da Guerra da Coreia (1950-1953).
"Queremos realizar a reunificação", declarou a presidente, sublinhando que "a Coreia do Norte deve renunciar ao programa nuclear". Pyongyang mantém o argumento de que o programa nuclear destina-se a fins civis, mas Seul e Washington suspeitam que o regime pretende se armar com mísseis balísticos armados com ogivas nucleares.
"Apesar das provas, o calor do dia e a obscuridade da noite deixaram sempre nascer a manhã calma, quer dizer, uma esperança tenaz na justiça, paz e unidade", disse o papa. Jorge Bergoglio apelou para que as injustiças sejam ultrapassadas "pelo padrão, tolerância e cooperação".
A visita do papa à Coreia do Sul termina na próxima segunda-feira (18).