A Campanha “Na mesma moeda” chegou a Campo Grande. O protesto contra o aumento da gasolina vem acontecendo em diversos Estados do País. Na Capital sul-mato-grossense, o ponto de partida foi na noite desta segunda-feira (9). Após concentração no Parque das Nações Indígenas, que foi uma prévia do manifesto, com apitos, alto-falante, faixas e nariz de palhaço, os motoristas seguiram para dois postos de combustíveis, na Afonso Pena, em frente ao shopping, e na rua 13 de Maio.
Mãos ao alto, três reais é um assalto”, diziam os manifestantes enquanto dirigiam os carros, com pisca-alerta ligados, e buzinavam.
Nos postos, cada consumidor abasteceu R$ 0,50 de gasolina e pagou com cédula de grande valor ou com cartão, além de exigir nota fiscal.
Segundo o idealizador e organizador da Campanha na Capital, Guilherme Martins, a manifestação é para chamar a atenção quanto ao preço da gasolina.
Em abril o valor atingiu a casa dos R$ 3,15 em Campo Grande. A compra no valor de R$ 0,50 tem a intenção de deixar os postos de combustíveis no prejuízo, pelo menos, um dia.
Etanol
Os preços do etanol já estão normalizados nas usinas e nesta semana os consumidores já devem pagar mais barato pelo produto. A garantia é do diretor-presidente da Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), José Pessoa de Queiroz Bisneto. Segundo ele, o álcool hidratado já está sendo vendido pelas usinas por cerca de R$ 1,10, que é o preço normal de mercado. “Esse álcool já era para estar na bomba hoje por R$ 1,50, R$ 1,60, que é um preço atrativo”, afirmou.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também disse que, a partir desta semana, os preços do etanol devem ser regularizados no país, com uma queda substancial dos preços. Segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o etanol custava em média R$ 1,89 em fevereiro, e passou para R$ 2,32 na última semana de abril.
Para Bisneto, o principal fator para o aumento dos preços registrado recentemente foi a rápida subida do consumo, por causa do aquecimento da economia brasileira, que afetou também outros setores. “A produção de álcool no Brasil só vem crescendo, mas a economia cresceu mais que a produção, aí deu esse estresse de abastecimento”. Segundo ele, o consumo de gasolina também aumentou, mas o consumidor não sentiu porque a Petrobras importou o produto.
A intenção do governo de aumentar a participação da Petrobras na cadeia de produção de etanol para regular o fornecimento e os preços do produto, não surtirá muito efeito, na visão de Bisneto. Segundo ele, o problema não está na produção, que vem aumentando a cada ano. O diretor acredita que o governo deveria adotar um programa de preços mínimos e máximos para o produto, para evitar quedas bruscas de preço e de consumo.
De acordo com o ministro Lobão, a Petrobras deverá aumentar sua participação na produção de etanol de 5% para 15% até o fim do mandato da presidenta Dilma Roussseff.
Karla Lyara
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