A série de quatro superclássicos em 18 dias chega ao fim nesta terça-feira. Após um empate, e uma vitória para cada lado, o Barcelona enfrenta o Real Madrid no estádio Camp Nou em uma situação muito confortável: na primeira partida da semifinal da Copa dos Campeões da Europa, no Santiago Bernabéu, o time catalão venceu por 2 a 0.
Isso porque o Madrid precisa ganhar no campo do adversário por três gols de diferença, ou dois marcando mais de três tentos (3 a 1, 4 a 2, etc). A última vez que isso aconteceu foi quando Ferenc Puskas e Alfredo Di Stéfano ainda jogavam de branco: em 1963, golearam por 5 a 1, pelo Campeonato Espanhol. Na história de 181 jogos entre as equipes, resultados que classificariam o clube, aconteceram apenas outras três vezes (1930, 1935 e 1960).
Uma vitória por 2 a 0 leva o jogo para a prorrogação e, nesse panorama, o retrospecto é menos cruel com o time do técnico José Mourinho. Em 2002, também pela semifinal da Champions League, o time de Zinedine Zidane venceu por esse placar e foi à final. Para alcançá-lo, o português deve mudar a forma de jogar da equipe.
Sem o expulso Pepe e o suspenso Sergio Ramos, Mourinho pode voltar à escalação do começo da temporada, com Lassana Diarra e Xabi Alonso de volantes, Ozil, Angel Di Maria e Cristiano Ronaldo na armação e Karim Benzema ou Adebayor no ataque. Outra opção é utilizar Albiol na cabeça-de-área, mantendo o time que venceu a Copa do Rei e perdeu o primeiro jogo, considerado extremamente defensivo pela crítica espanhola.
"Será difícil, mas é futebol e podemos ganhar do Barcelona. Será uma partida muito importante e atacaremos, mas primeiro precisamos defender bem. Se fizermos isso, faremos muitos gols", analisou Benzema.
O próprio Mourinho foi expulso e não poderá sentar no banco. A Uefa, inclusive, avisou que não permitirá que o treinador se comunique de forma alguma com seus jogadores. Ele poderá ir aos vestiários apenas 15 minutos após o jogo.
O time será orientado pelo assistente Aitor Karanka, e ele aposta no português Cristiano Ronaldo, autor de 42 gols em 49 partidas na temporada. Após o duelo do Bernabéu, o camisa 7 também criticou a forma de jogar do Madrid.
Abidal treinou normalmente, após seis semanas de recuperação, e foi confirmado no banco por Guardiola
"Temos que respeitar os que dizem que somos defensivos. Cristiano disse isso e se ele tiver que estar entre os titulares, estará. Vamos ver se vamos jogar na defesa ou não. Vai depender se teremos 11 jogadores no campo. Há varias maneiras de jogar futebol, e o importante é estar na final", constatou Karanka.
No outro lado, o clima é de festa. Não só pela vantagem, mas também pelo retorno do lateral esquerdo francês Eric Abidal, relacionado seis semanas depois de ser operado para tratar de um tumor no fígado. Outra boa notícia é o retorno do meia Andrés Iniesta, que jogará mais uma vez ao lado de Xavi Hernandéz. Eles são os principais responsáveis pela média de 62% de posse de bola, a mais alta da Copa dos Campeões.
"A chave será ter o domínio da bola. Tentaremos nos impor desta maneira. Imagino que eles vão buscar mais o resultado porque até agora estão jogando no contra-ataque. Eles têm sido ultradefensivos, mas estaremos preparados. Queremos enfrentar um rival que jogue de igual para igual, com armas para fazê-lo", afirmou Xavi.
Guardiola não tem tanta certeza se Mourinho colocará seu time ao ataque, mas garante que sua equipe está preparada. "Eles podem jogar de várias maneiras e temos que estar preparados para todas. Veremos o quão mentalmente fortes somos. Sei que mais de 100 mil pessoas nos ajudarão", ressaltou.
Uefa 'provoca' Mourinho com arbitragem - A arbitragem do alemão Wolfgang Stark no jogo de ida acarretou em declarações inflamadas do técnico José Mourinho. Ele chegou a afirmar que há um esquema da Uefa com a Unicef para favorecer o Barcelona e divulgou uma espécie de 'lista negra' com apitadores que o desagradam.
Um deles é o belga Frank de Bleeckere, justamente o escolhido pela entidade europeia para mediar o jogo desta terça-feira. Ele foi responsável por expulsar o brasileiro Thiago Motta na semifinal de 2010 entre Inter de Milão e Barcelona, no Camp Nou. Treinando os italianos, Mourinho conseguiu perder por apenas 1 a 0, mesmo com um a menos e, graças ao triunfo por 3 a 1 em Milão, classificou-se à final.
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