Está se tornando cada vez mais comum em São Gabriel do Oeste, as visões de paramotores sobrevoando os céus do município e atraindo os olhares curiosos da população, que fica encantada e duvidosa em relação aos voos dos pilotos, se perguntando se a prática do esporte é segura e muitos até temendo que algo ruim venha a acontecer com os mesmos.
O que muitos ainda não sabem, é que os pilotos que praticam o esporte no município, sendo cinco no total, são todos habilitados pela Associação Brasileira de Paramotor (ABPM) e para que pudessem sobrevoar os céus São-gabrielenses, antes tiveram de passar por um intensivo treinamento com aulas teóricas e práticas durante o curso para pilotagem de paramotor.
Para a prática do esporte, os pilotos se reúnem geralmente aos finais de semana, dependendo das condições climáticas, onde as decolagens acontecem no campo do Centro de Pesquisas do Sindicato Rural. O espaço, segundo o piloto de paramotor e parapente Fabiano Lemes, de 29 anos, em breve não poderá ser mais utilizado por eles para fazer as decolagens, devido as mudanças que estão sendo feitas no local, onde há pouco tempo começou a funcionar como ponto de som automotivo.
Diante da situação, que de certa forma, vem prejudicando as decolagens e colocando em risco os pilotos e demais pessoas presentes no local, Fabiano, que é o piloto mais experiente do município, com mais de um ano na prática do esporte, adianta que pretende buscar junto a Prefeitura Municipal uma parceria para a construção de um aeródromo no município, onde os pilotos poderão praticar o esporte com total segurança.
Além dos pilotos da casa, o município recebe também praticantes dos voos de paramotor vindos de Campo Grande, que veem na cidade, um bom lugar para a prática do esporte, devido as boas condições oferecidas de voo, além de um bom terreno de pouso aqui existentes. Diante disso e ainda por conta do crescimento que o esporte vem tendo no município, que é considerado um dos lugares com mais pilotos habilitados do Estado, é que os praticantes querem fazer de São Gabriel do Oeste, a capital do Paramotor em Mato Grosso do Sul.
Segurança durante o voo
Sobre os voos realizados no município, Fabiano garante que são realizados com total segurança. Segundo o piloto, todos os praticantes do paramotor realizam os voos munidos dos devidos equipamentos de segurança exigidos nas normas, sendo estes: um rádio de comunicação, que é utilizado para conversa entre os pilotos, capacete com abafador e fonia e GPS.
Ainda segundo Fabiano, em caso de uma parada súbita voluntária ou involuntária do motor, o paramotor continua seu voo normalmente e se por ventura chegar a arrebentar a linha ou rasgar o velame do equipamento, ainda assim, o piloto estará munido de um paraquedas de emergência que poderá ser acionado, abrindo-se com o tempo de três segundos.
Visões de futuro para o esporte
Voando por enquanto por hobby e lazer, Lemes e os demais pilotos do município, pretendem futuramente levar o esporte como algo mais sério. A ideia dos pilotos, tendo em vista o rápido crescimento do esporte no município, é de fundar uma federação com os pilotos locais e de outros municípios do Estado, a fim de fiscalizar e divulgar o esporte na cidade, trazendo também eventos relacionados ao paramotor para São Gabriel do Oeste.
A equipe de pilotos também almeja futuramente participar de competições em campeonatos de paramotor realizados fora do Estado, onde neste mês, pela primeira vez, os amigos vão participar de um encontro de pilotos de paramotor, que acontecerá na cidade de Três Lagoas.
Sobre o paramotor
O Paramotor é um equipamento de voo com motorização auxiliar, composto por uma asa denominada parapente, que não contém elementos rígidos em sua estrutura e cujo comando se realiza através de controle aerodinâmico.
Sua velocidade está compreendida entre a mínima de 32 quilômetros por hora e máxima de 60 km/h e sua corrida para decolagem está abaixo de 60 metros, necessitando tanto da decolagem a pé (DAP), ou decolagem mecânica (DMC) e do esforço físico dos braços do piloto para inflar o parapente e faze-lo subir na posição de voo.
O paramotor pode transportar um ou dois tripulantes, não necessita de instalações aeronáuticas para a sua decolagem e para a aterrissagem, pois pode ser utilizado o esforço físico das penas como trem principal, ou ainda através da ajuda de um dispositivo mecânico que a substitua, denominado de Paratrike.
Requisitos para habilitação
Para tornar-se um piloto de paramotor, é necessário primeiramente torna-se habilitado, realizando o curso, que tem a duração aproximada de um mês, com aulas intensivas teóricas e práticas. Segundo o piloto Fabiano Lemes, para que o piloto esteja pronto para sobrevoar, ele vai precisar desembolsar em torno de R$ 22 mil, que é o valor estimado para a compra do paramotor, mais o curso de pilotagem. Confira os requisitados necessários para habilitação:
Ser maior de idade, ou ter entre 16 e 18 anos, com autorização de um representante legal;
Obter, desde o início de sua atividade desportiva, a licença federativa em vigor;
Inscrever-se em uma escola reconhecida pelos órgãos legais;
Realizar exame médico de capacitação física para a prática de voo ultraleve, sendo estes o Certificado de Capacitação Física (CCF), ou Certificado Médico de Piloto de Ultraleve (CMPU).
A capacitação deve ser feita com médicos credenciados pela ABPM ou Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).