Estatísticas mostram índices cada vez menores de pessoas com mais de 65 anos dependente dos filhos. Se você achou que todos os aposentados preferem ficar em casa descansando, se enganou. O perfil mudou e muitos optam por desenvolver uma renda extra, viajar e aproveitar a fase da “melhor idade”. Hoje, 24 de janeiro é comemorado o Dia do Aposentado, àquele que por anos contribuíu para a economia do país. Após trabalhar 30 anos nos Correios, seu Danilo Rosa de Oliveira, hoje com 58 anos, continua no batente. Assim que a aposentadoria saiu, iniciou a carreira de taxista. “É muito difícil ficar parado. A tendência do salário do aposentado é diminuir cada vez mais. Com o valor que recebo, não consigo acompanhar o ritmo que tinha antes. Por isso optei por uma renda a mais”, comenta.
Oliveira começou a trabalhar com apenas 12 anos de idade. “Comecei muito novo, ainda guri. Naquela época tinha a Carteira de Trabalho do Menor”. As regras mudaram e hoje em dia, de acordo com a Lei, ao menor de 16 anos de idade é vedado qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos, com jornada de trabalho de no máximo 6 horas diárias, podendo chegar ao limite de 8 horas desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental, e se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. Outra opção para os jovens é o estágio para alunos que tiverem frequentando cursos profissionalizantes do 2º grau ou escolas de educação especial.
O aposentado e taxista, pai de nove filhos, dividi seu tempo com o serviço e a família, nas horas vagas prefere ficar em casa. O horário da jornada de buscar e levar as pessoas depende de sua disposição. “Tem dia que toco direto, 24h, tem dia que meio fico período”. Questionado a respeito de quando pretende parar, a resposta foi: “Vou seguindo, até quando Deus quiser”, diz com ar de animação.
Socialização
Sair da rotina que você levou por décadas não é uma tarefa fácil e muitas vezes pode trazer alguns problemas, como a depressão. A psicóloga Erika Aristimunho Faria disse ao MSREPÓRTER que a aposentadoria, vem seguida da ociosidade, que desenvolve casos de isolamento. “O trabalho também serve para que se relacionem com as pessoas e tenham vida social. Quando esse círculo se restringe, faz muito mal à saúde”.
De acordo com Érika, quando se trabalha em algo repetitivo, a pessoa acaba querendo mesmo se aposentar e descansar. Mas é fundamental que nessa nova etapa, busque aliar o tempo com aquilo que sempre gostou e quis fazer. “Não pode parar de pensar e se entregar. A evolução independe da idade. O lazer, esporte e estudo são essenciais para ajudar na qualidade de vida na terceira idade”, orienta.
Dona Sebastiana Oliveira dos Santos é um exemplo de que não tem idade para ser feliz. Menos de um mês para completar 75 anos, ela conta que já está com a passagem comprada para aproveitar o feriado de carnaval em Maceió. “Gosto muito de viajar. Às vezes meu esposo me acompanha, outras eu vou sozinha. Não pago passagem mesmo, agendo e vou de ônibus”.
A aposentada, que trabalhou 27 anos na Santa Casa de Campo Grande, conta que logo que deixou o serviço teve início de depressão por sentir falta do trabalho. Mas isso não durou muito tempo. Ela decidiu ocupar seu tempo viajando, fazendo crochê e até mesmo estudando. “Recebi meu certificado de informática. Na primeira semana de fevereiro começo meu curso de fotoshop. Assim passo o tempo e fico por dentro da era digital, até mesmo para me interar com meus netos”. Ela é mãe de quatro filhos, um adotivo, tem oito netos e dois bisnetos.
Dona Sebastiana comenta que além dos crochês que faz por encomenda, a renda do esposo e o aluguel de uma casa dela ajudam nas despesas mensais.
Karla Lyara
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