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Brasil e Bolívia discutem como reduzir casos de furto e roubo de veículos na fronteira

26 julho 2014 - 20h31Por Mariana Rodrigues/Informações Diário Corumbaense

 Autoridades de segurança pública do Brasil e da Bolívia discutiram, durante encontro realizado ao longo de toda a tarde da quinta-feira, 24 de julho, formas para reduzir os índices de furtos e roubos de veículos na região fronteiriça de Corumbá com as cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suárez. O encontro integra uma série de reuniões bilaterais envolvendo os governos brasileiro e boliviano com intuito de debater e encontrar soluções para os problemas comuns nessa zona de fronteira seca entre os dois países.

 Como propostas para estancar esse problema, que é uma questão que domina os debates na cidade, apareceram a necessidade da criação de um banco de dados comum entre os dois países em relação a identificação de veículos furtados e roubados tanto em território brasileiro como na Bolívia; adoção de políticas institucionais de governo relacionadas ao setor de segurança pública e também a intensificação de um trabalho de fiscalização, que requer efetivo maior para as forças policiais.

 Delegado Regional da Polícia Civil de Corumbá, Evandro Corredato, destacou no encontro, que as avaliações mensais realizadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam estatísticas relacionadas a 11 crimes e Corumbá “não consegue sair do vermelho” no que diz respeito aos casos de furtos e roubos de veículos. “Os veículos têm dois destinos [depois de furtados ou roubados], que são os desmanches para venda clandestina de peças ou legalização na Bolívia ou Paraguai. Aqui não tem desmanches”, afirmou o delegado regional, que se mostrou bastante preocupado com a possibilidade de haver legalização de veículos irregulares, no lado boliviano da fronteira, através dos processos de nacionalização. De acordo com o Regional da Polícia Civil, não há registros de carros bolivianos furtados ou roubados, naquele país, trazidos para o Brasil.

 Corredato apresentou duas propostas para reduzir os índices. Uma delas foi a manutenção de forte fiscalização. A outra se baseia numa ação institucional de troca de informações. “Podíamos manter uma troca de informações, o que não acontece com frequência, que não esteja sujeita a troca de comandos”, afirmou destacando que a medida seria uma política permanente de atuação integrada entre os órgãos. Representantes da Polícia Militar Rodoviária e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) sugeriram a adoção de um cadastro permanente com informações sobre carros roubados e furtados nos dois países, com acesso direto das autoridades brasileiras e bolivianas de segurança. As proposições ainda serão estudadas.

Nacionalização não admite irregularidades

Por sua vez, as autoridades bolivianas defenderam a política de nacionalização de veículos adotada naquele país. “Empregamos ações severas para evitar a legalização de veículos que entram ilegalmente na Bolívia. Entre essas ações estão a fiscalização em postos de combustíveis e em pontos de nossas rodovias”, afirmou o coronel Victor Tordoya Echeverria, chefe da Unidade de Segurança em Fronteira da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças (Ademaf).

Tordoya destacou que a nacionalização de veículos irregulares é algo “completamente impossível” de acontecer em seu país. “Veículo roubado não é nacionalizado na Bolívia, há uma série de regras. Estamos combatendo duramente a clonagem de placas, identificando os responsáveis, prendendo e apreendendo os veículos”, disse. “O importante é que possamos compartilhar informações”, completou o chefe da Unidade de Segurança em Fronteira da Ademaf.

Representante do Ministério Público da Bolívia, José Centenaro, reforçou que o Estado boliviano promove o combate a esse tipo de crime. “Há uma política séria do governo nacional para evitar a entrada de veículos furtados ou roubados. O estado boliviano não legaliza esse tipo de veículo, trabalhamos com ações e políticas sérias para que todos entrem na legalidade”, disse complementando que a legislação local proíbe importação de carros com mais de três anos de fabricação.

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