A Casa da Mulher Brasileira mal saiu do papel e já está com a sua construção em estágio avançado em Mato Grosso do Sul. A constatação foi feita pela ministra da Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que acompanhada do governador André Puccinelli e do prefeito da Capital, Gilmar Olarte, visitou o canteiro de obras nessa terça-feira (5).
A ministra veio monitorar de perto a construção e constatou que a Casa de Mato Grosso do Sul será a primeira do Brasil a ter sua obra concluída. “Campo Grande e o Distrito Federal estão com a construção bem avançada. Esta Casa vai mudar a vida das mulheres brasileiras e das sul-mato-grossenses.
Tivemos neste Estado o apoio do governo estadual e municipal para que este projeto saísse do papel. São 26 casas que serão construídas pelo Brasil, sendo uma em cada Estado. Isso é muito importante, pois parece que o cenário mudou para pior com o aumento dos números de ocorrências, mas é que as mulheres estão denunciando mais”, ponderou a ministra ao informar que a entrega da Casa da Mulher Brasileira nesta prevista para acontecer em setembro de 2014.
A política conjunta para enfrentar a violência contra a mulher foi ressaltada pelo governador André Puccinelli. De acordo com André, esse projeto soma ainda mais às ações sociais desenvolvidas pelo governo do Estado.
“Neste espaço teremos 3.700 metros quadrados de área construída que abrigará todas as instâncias do Poder Judiciário, a Defensoria Pública, Ministério Público, delegacias, abrigo, transporte, possibilidade de qualificação para que se possa ter oportunidade de geração de renda, emprego e encaminhamento para o mercado de trabalho para estas mulheres numa eventual dissolução da família. Agradecemos a parceria propiciada pelo governo federal ao Estado e a participação da prefeitura com a doação do terreno”, declarou o governador.
Os avanços e a implantação do projeto da Casa são fundamentais para aplicação da Lei Maria da Penha, que pune agressores das mulheres, e para as ações já executadas em Mato Grosso do Sul pelo governo do Estado. Conforme avaliação da secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Aparecida Gonçalves, o Estado vai servir de exemplo para as outras unidades da federação que também irão receber a construção do espaço, bem como em outros quesitos de avaliação das políticas de enfrentamento a violência contra a mulher.
“Mato Grosso do Sul está em quinto lugar no atendimento das mulheres através do Disque 180, pois aqui elas têm mais informações e procuram mais os serviços, além disso, foi o primeiro Estado a implantar um programa de enfrentamento a violência contra a mulher lá na década de 2000 e de lá para cá só tem avançado e esperamos que avance ainda mais”, comentou, ao lembrar que Mato Grosso do Sul ainda terá dois centros de fronteira em Ponta Porã e Corumbá para atendimento das mulheres migrantes vítimas do tráfico e da exploração sexual.
Números e ações em MS
Os números da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam/MS) revelam que as ações para coibir a violência contra a mulher têm mostrado resultado, aumentando a quantidade de registros de boletins de ocorrências. Segundo a delegada titular da Deam, Rosely Molina, de 1º de janeiro a 1º de agosto de 2014 foram registradas 3.580 ocorrências.
“Vamos superar os números do ano passado e esta Casa vai ser um ponto a mais onde as mulheres poderão se socorrer. Hoje 70 mulheres são atendidas diariamente pela Delegacia Especializada. É mais um instrumento para auxiliar o atendimento que já tem sido feito em Mato Grosso do Sul”, comentou a delegada.
O programa “Mulher, Viver sem Violência” é resultado de ações compartilhadas entre governo federal, estadual e municipal, ressaltou a subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania, Tai Loschi. Segundo ela os trabalhos neste segmento são desenvolvidos através de Câmaras Técnicas que auxiliam no desenvolvimento do trabalho em prol das mulheres na Casa.
“No Estado nós já estamos articulando, ao mesmo tempo em quem se constrói a Casa, equipes técnicas como assistentes, sociais, psicólogos, sociólogos eu irão atuar nesse projeto e fazer o primeiro atendimento a mulher vitimizada. As capacitações já serão iniciadas e nós já estamos preocupados como será a movimentação da equipe de trabalho dentro dessa Casa”, detalhou Tai.