Após a morte do acadêmico Anacleto Tamparoski, 60, ocorrida na manhã dessa terça-feira, dentro de uma sala do bloco B da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), onde ele assistia a uma aula do curso de Ciências Sociais e teve uma parada cardíaca, a universidade anunciou providências para garantir maior segurança à saúde dos milhares de alunos e servidores que frequentam diariamente o campus.
Conforme nota oficial encaminhada pela instituição federal de ensino superior, nos próximos dez dias será implantado no campus um posto de primeiros socorros em espaço provisório.
“As ações, em parceria com o Hospital Universitário, para destinação de seis enfermeiros/técnicos de enfermagem que atuarão no posto já estão adiantadas, aguardando a conclusão das obras do Centro de Convivência, onde o serviço será instalado em definitivo até o final deste ano. Em virtude do diálogo com representantes de docentes, técnicos administrativos e de estudantes, sensibilizados com os fatos ocorridos esta semana e a urgência imediata do serviço, a Administração Central da Universidade decidiu implantar imediatamente o Posto de Primeiros Socorros”, explica o comunicado.
No referido Centro de Convivência, localizado próximo ao RU (Restaurante Universitário) dentro do campus, ficará instalado um posto fixo de atendimento médico assim que a obra, iniciada há anos, for concluída. O posto é uma reivindicação antiga da Assufgd (Associação dos Servidores da UFGD), que há mais de um ano organizou uma mobilização e abaixo assinado cobrando providências nesse sentido, e também já havia alertado para a necessidade de um espaço provisório até que a obra fosse concluída.
“Recebemos com satisfação essa notícia de que o posto provisório será implantado, que é algo que já havíamos sugerido há alguns meses atrás, até que o posto fixo tenha as obras concluídas. É uma situação que vai dar mais segurança a comunidade acadêmica dentro do campus, e que vai ser de grande ajuda para termos mais chances de evitar ou de prestar um socorro mais rápido em situações como a de ontem”, avaliou o representante da associação, Franz Maciel Mendes.
Em março deste ano o assunto já havia sido tratado pela universidade, que admitiu problemas com a empreiteira vencedora da licitação de 2009 para construção do Centro de Convivência (onde vai ficar o ambulatório), o que obrigou a realização de uma nova licitação, em 2012. O prazo para conclusão da obra era até maio deste ano, e agora o novo prazo, conforme divulgado hoje, é até o fim do ano.
Em entrevista ao Dourados News o médico infectologista Júlio Croda, que é o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da universidade, e que foi quem prestou os atendimentos de primeiros socorros ao acadêmico de Ciências Sociais que acabou falecendo, também ressaltou a necessidade de um pronto atendimento no campus, e disse que tanto o posto provisório quanto o posto fixo – quando este ficar pronto – podem ser determinantes.
“O pronto atendimento pode ser determinante para a vida ou a morte em determinados casos, considerando o quadro do paciente evidentemente. Acredito que com um serviço deste disponível dentro do campus, a comunidade acadêmica como um todo fica mais segura para receber o acompanhamento adequado e mais rápido em situações como a de ontem, já que atualmente há uma dependência do deslocamento do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e até de mim mesmo, que já fui acionado mais de uma vez em situações que envolvem alunos passando mal”.