Representantes de comunidades indígenas, do Ministério Público Federal (MPF) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), proprietários rurais e diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) estiveram reunidos na Câmara Municipal de Sidrolândia debatendo a invasão de propriedades no município. Na última terça-feira (10), um grupo de índios terenas invadiu a propriedade do espólio Rachid Bacha, situada no município, na mesma região onde aconteceram outras invasões em anos anteriores.
A reunião foi organizada pela Famasul com objetivo de chamar as partes envolvidas para o debate em busca de solução para a insegurança que ronda o município. “Ao dialogar com Funai, Ministério Público e indígenas, a Famasul quer apressar uma solução que seja razoável para todos os envolvidos e que devolva ao produtor o seu direito de propriedade, um direito garantido por lei a todo o cidadão”, ressaltou.
Durante a reunião, o procurador da república, Emerson Kalif Siqueira, decidiu ir até a fazenda invadida conversar com os indígenas. “Sei que vai ser uma conversa tensa, mas prefiro ir sozinho. Quero saber se o Ministério Público pode ajudar”, definiu. Entre os proprietários presentes na reunião estava Maria de Lurdes Lopes Bacha, que teve a fazenda situada na região invadida no ano passado pelo mesmo grupo. “Quebraram portas, janelas, azulejos, destruíram tudo. Perdi até meus pertences como roupas e panelas”, lamentou.
O membro do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas e vice-cacique da Aldeia Córrego do Meio, Vinícius Jorge, admitiu que as invasões são feitas para pressionar atitudes de órgãos como a Funai com uma solução para o impasse jurídico na região. “Nós queremos tomar posse das áreas que consideramos nossas. Mas para isso é preciso que haja a indenização”, defendeu.
O chefe de monitoramento ambiental e territorial da Funai, Ricardo Araújo, disse que o órgão vai dar continuidade aos procedimentos administrativos para as desapropriações. “Vamos verificar valores das benfeitorias e seguir com os trâmites, dentro do que determina a lei”, especificou. “Mas é preciso deixar claro que a Funai não concorda com invasões e defende o respeito às decisões previstas em lei”, finalizou.
Helton Verão com informações da assessoria
Deixe seu Comentário
Leia Também

Serviço criado no HRMS para auxiliar na desospitalização já atendeu 1,4 mil pacientes em cinco anos

Governo vai liberar mais de R$ 10,8 milhões para obras de Fórum especializado e pavimentação de estr

Ferramenta de MS registra 40 denúncias por semana e reforça combate aos maus-tratos de animais
