O controlador-geral da União, ministro Jorge Hage, solicitou nessa terça-feira (9), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o compartilhamento dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria citado nomes de políticos que receberam recursos de contatos da estatal com fornecedoras. De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), os depoimentos de Costa, “a se confirmar o que vem sendo divulgado pela imprensa”, podem contribuir em suas investigações.
No ofício que enviou a Janot nessa terça-feira, Hage explica que a CGU já tinha recebido autorização judicial para ter compartilhadas as informações referentes à Operação Lava Jato. A autorização partiu do Juiz Sérgio Moro. A própria CGU, no entanto, ressaltou que um acordo de delação premiada implica maior sigilo, necessitando uma autorização específica. Um termo de cooperação celebrado recentemente entre a CGU e o Ministério Público Federal, publicado no Diário Oficial da União do dia 4 deste mês, é lembrado por Hage no ofício, para “reforçar” o pedido.
A CGU tem atuado “em diversas frentes” quando o assunto é Petrobras. Auditorias e outros trabalhos têm sido feitos em relação à aquisição de ativos tanto no exterior – como Pasadena, nos Estados Unidos, e Okinawa, no Japão – quanto no Brasil, como no caso de usinas de biocombustível. Além disso, a controladoria analisa contratos com a SBM Offshore e Odebrecht, entre outros.
Segundo a controladoria, os depoimentos de Costa podem esclarecer questões relativas a outros assuntos envolvendo a estatal, e não apenas sobre a Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A Operação Lava Jato investiga Costa e o doleiro Alberto Youssef por possível desvio de recursos públicos na construção dessa refinaria.
De acordo com reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja, Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, preso na Operação Lava Jato, revelou em depoimento na Polícia Federal nomes de parlamentares, de um ministro e de ex-governadores que teriam participado do esquema em negócios da petrolífera com outras empresas.
O ex-diretor, conforme a revista, aceitou um acordo de delação premiada, o que possibilita a redução da pena para quem colabora com as investigações. Costa foi preso sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro coordenado por Youssef.
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