Os oito ex-ministros de Meio Ambiente que vieram a Brasília pedir o adiamento da votação na Câmara dos Deputados do novo Código Florestal foram recebidos no final desta manhã (24) pela presidente Dilma Rousseff.
Ao final do encontro, eles declararam que Dilma acredita que o aumento do desmatamento está relacionado "à expectativa de aprovação" do novo Código Florestal. O texto em discussão na Câmara anistia produtores rurais que desmataram no passado.
"A presidente manifestou preocupação com o aumento do desmatamento em 450% no Mato Grosso só com a expectativa de aprovação da lei", afirmou Marina Silva, primeira-ministra da pasta no governo Lula (2002-2010).
A vinculação do aumento do desmatamento é negada por governadores das regiões, por ruralistas e também pelo relator do texto na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Carlos Minc, que assumiu a pasta depois de Marina, repetiu que Dilma mostrou preocupação com o aumento do desmate e que ela estaria disposta a vetar partes e "até a integralidade" do texto.
Rubens Ricúpero, ministro do Meio Ambiente entre 1993 e 1994, disse que afirmou à presidente que, caso aprovado como o relator propõe, o novo Código será "um grande constrangimento para o Brasil na Rio+20", evento que o país sediará no próximo ano.
"[Aprovar o texto] Dará um argumento extraordinário para países que [defenderão] que a nossa agricultura só é capaz de concorrer por uma razão desleal, por atentar contra a biodiversidade", comentou Ricupero.
Paulo Nogueira Neto, considerado o primeiro-ministro da área do país, afirmou que a motivação da manifestação dos ex-ministros é o futuro ambiental do país e da própria viabilidade da produção agrícola.
Helton Verão/Fonte: Folha Online
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