A taxa de câmbio doméstica saltou mais de 1% nos últimos dois dias, quase encostando no patamar de R$ 1,60, um nível de preços perdido há quase 30 dias.
O dólar comercial foi trocado por R$ 1,583, em um avanço de 0,76% em cima do fechamento de ontem. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,599 e R$ 1,570. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,700 e comprado por R$ 1,530.
Ainda operando, a Bovespa tem perdas de 1,16%, aos 65.497 pnotos. O giro financeiro é de R$ 6,7 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,60%.
No entanto, profissionais do setor financeiro não apontam uma mudança de tendência para as cotações. O "abismo" entre os juros domésticos e externos permanece, ainda mais que, ontem, o titular do banco central americano (Ben Bernanke) enfatizou que as taxas dos EUA não devem subir tão cedo.
"Do nosso ponto de vista, o viés do preço da moeda americana é de baixa, com eventuais ocorrências de volatilidade. A 'banda' do dólar deverá situar-se entre R$ 1,55 e R$ 1,60, mais tendente a menor", aponta o economista Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, em seu relatório diário sobre o mercado de câmbio.
Esse especialista aponta dois motivos principais: a expectativa pelo novo leilão de "swap" cambial reverso (contrato equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro), programado inicialmente para amanhã (o Banco Central vai averiguar o interesse dos bancos hoje à tarde); o ajuste das "posições vendidas" (aplicações que ganham com a baixa do dólar), próximo dos limites determinados pelo governo meses atrás.
Hoje, o BC comprou dólares por duas vezes --por volta das 12h e das 15h (hora de Brasília)-- fixando os preços em R$ 1,5890 e R$ 1,5883 (taxas de corte).
Além desses fatores, a Bolsa de Valores brasileira têm mostrado recentemente uma "sangria" de capital estrangeiro: pelo terceiro mês consecutivo, as vendas de ações por "não-residentes" deve superar as compras. Neste ano, até o pregão do dia 26, mais de R$ 3 bilhões já saíram da Bovespa.
JUROS FUTUROS
No mercado de juros futuros, as taxas projetadas novamente oscilaram pouco, na maioria dos contratos.
O Banco Central brasileiro advertiu que o ajuste da taxa básica de juros deve ocorrer num período "suficientemente prolongado" e que o cenário econômico ainda está em um nível de incerteza "acima do usual".
Os agentes financeiros também repercutiram a variação do IGP-M, que apontou inflação de 0,45% em abril, ante 0,62% em março, e 1% em fevereiro. Economistas do setor financeiro projetavam uma taxa de 0,57%.
Para julho, a taxa prevista foi mantida em 11,98%; para janeiro de 2012, a taxa projetada avançou de 12,29% para 12,33%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa prevista permaneceu em 12,68%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
Helton Verão/Folha Online
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