Menu
Busca terça, 20 de maio de 2025

Em 2010, vendas pela internet retiraram R$ 500 milhões do comércio tradicional

29 abril 2011 - 20h35


Com um crescimento anual médio de 50%, as vendas pela internet, o chamado e-commerce, só em 2010 movimentou R$ 500 milhões, faturamento retirado do comércio tradicional. “O comércio virtual veio para ficar, é uma realidade que teremos de incorporar para não perder ainda mais mercado”, admite o presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul (Fecomércio), Edison Araújo, convencido de que a tendência é da convivência entre os dois sistemas de venda. 
         Pelas estimativas nacionais, as vendas do comércio eletrônico devem passar de R$ 22 bilhões em 2010 para R$ 33 bilhões neste ano, chegando a R$ 50 bilhões em 2013 e a R$ 75 bilhões em 2014. Nesta mesma proporção, o Estado perderia arrecadação caso não fosse adotada a tributação nas vendas on-line. Se em 2010 a perda de arrecadação ficou em R$ 38 milhões; neste ano passado, a projeção é de R$ 64,9 milhões, em 2012 chega a R$ 97,3 milhões; em 2013 a expectativa é atingir R$ 146 milhões de arrecadação e em 2014, com base na evolução nas vendas, o ICMS do e-commerce deve render R$ 219 milhões, o equivalente a metade de uma receita mensal do Estado com o tributo.
         Por conta deste crescimento das vendas on-line, em Mato Grosso do Sul os setores de refrigeração e informática calculam que tenham perdido 25% das vendas não só para as compras eletrônicas mas também para os produtos adquiridos no Paraguai.  “Não temos como concorrer com a venda on-line. Um aparelho de 7 mil BTU que na loja sai por R$ 1.050, adquirido pela internet sai por R$ 799,00 em 10 parcelas de R$ 79,90”, reconhece um dos diretores da Refrigeração Centro-Oeste, Hidelbrando Leite.
         O comerciante ainda reclama da concorrência dos produtos adquiridos do Paraguai, onde a diferença de preços chega a 50%. “Posso oferecer em no máximo quatro vezes no crediário próprio. Não tenho capital de giro para agüentar um parcelamento maior”, explica. O setor é enquadrado no regime de substituição tributária, com pagamento do ICMS na hora da compra junto ao fornecedor.
        A proprietária da Linear Refrigeração também constata os prejuízos com as vendas pela internet, mas acredita que a tributação interna das vendas on-line, que começará a valer a partir de 1° de maio, deva diminuir a alta diferença de valor entre os dois mercados. “Nós geramos empregos, pagamos impostos aqui, apostamos no desenvolvimento do Estado e acabamos penalizados”, avalia. 
        Na comparação entre produtos pesquisados no comércio de Campo Grande e os mesmos vendidos em lojas virtuais, os resultados são surpreendentes. Produtos não tão comuns que são comercializados pela internet, como é o caso de refrigeradores, apresentam diferenças de preços significativas. Na comparação de um refrigerador cervejeira, 433 litros, da Metalfrio, a diferença chegou a R$ 1.040 a mais para quem compra em uma loja da Capital.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Governo de Mato Grosso do Sul lança edital de R$ 15 milhões para projetos sociais
Governo de MS dobra UTIs pediátricas no Regional de Três Lagoas diante do aumento de SRAG
Para melhoria urbana, Fátima do Sul apresenta projeto
Mapeamento na fronteira: