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Incontornáveis apresenta a violência cotidiana como primeira peça de trilogia

29 abril 2011 - 11h39

A violência é o tema central da peça “Incontornáveis – um teatro de incoerência e horror” apresentado pelo Mercado Cênico durante a programação do 8º Festival América do Sul. A peça encenada no espaço cênico do Instituto Luiz Albuquerque (ILA) é fruto de uma pesquisa do grupo, que confrontou teóricos como Bertolt Brecht, Lehman e Augusto Boal, segundo conta o diretor Vitor Hugo Samudio.



De acordo com o diretor, a peça é a primeira de uma trilogia que será realizada dentro do conceito de teatro de incoerência. “Também serão encenadas outras duas peças: Propinas Day, que trata de política e é teatro de rua e uma outra sobre religião, que são temas incoerentes entre si”, explica Vitor.



Samudio esclarece ainda que a peça apresentada no festival trata a violência com fatos da atualidade. “A última cena, por exemplo, que mostra a morte de uma boneca que é coberta com a bandeira do Brasil se refere a tragédia de Realengo (no Rio de Janeiro). Esta parte da peça foi apresentada pela primeira vez aqui em Corumbá. Incontornáveis vai se modificando desta forma, tratando de assuntos atuais”.



Além da trilogia em que a peça resultará, o diretor diz que deve ser elaborado ainda um caderno de ensaios baseados na pesquisa do teatro de incoerência. “É um teatro que traz reflexões, entra em temas incoerentes, como a violência, política e religião”, diz. A peça estreou em 2010. No ano passado o grupo já se apresentou no festival com outra encenação.



Vitor Hugo diz também que Incontornáveis trata de um tema difícil como a violência, porém o espectador tem uma peça que varia da comédia ao drama. “Esta trilogia será assim, mas sempre abordando assuntos atuais”, completa.



Conforme o grupo, a peça busca estimular a reflexão, a elasticidade do pensamento e a compreensão; de forma cênica e social. Incontornáveis foi concebido através do processo de depoimentos e estímulos dos atores, buscando assuntos referentes às violências cotidianas: físicas e emocionais, psicológicas e sociais.


 


Karla Lyara

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