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Procuradoria dá 15 dias para Palocci explicar evolução de patrimônio

21 maio 2011 - 13h59

O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, terá 15 dias para prestar à Procuradoria-Geral da República informações sobre sua evolução patrimonial. A assessoria da Casa Civil confirmou que recebeu o pedido da PGR na noite desta sexta-feira (20) e disse que Palocci pretende enviar as explicações já na próxima semana.


Na última terça (17), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que era preciso “um olhar cuidadoso” sobre a notícia de que o patrimônio de Palocci teria aumentado por 20 entre 2006 e 2010, quando era deputado federal.


“Qualquer fato que envolva autoridades públicas merece sempre esse olhar cuidadoso. Agora é preciso realmente reunir as informações para que se possa formar um juízo a respeito”, afirmou Gurgel.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Palocci comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões, registrado em nome de uma empresa de Palocci em novembro de 2010.


No entanto, o procurador-geral destacou que o fato de um ministro de Estado prestar consultoria não caracteriza “crime”. Ele afirmou que precisava de mais informações sobre o caso para avaliar a necessidade de atuação da PGR.


 “Os elementos que eu tenho são absolutamente insuficientes para qualquer providência desse tipo.(...) Você tem que encontrar os elementos que caracterizam esse crime, o dolo, o favorecimento, essa coisa toda, que não decorre necessariamente do prestar consultoria. Um dos aspectos fundamentais é você verificar o conflito de interesse. Se não houve conflito de interesse não há problema nenhum”, disse Gurgel.


Empreiteira


Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" desta sexta apontou que o grupo WTorre, que teria negócios com fundos de pensão de estatais e com a Petrobras, foi um dos clientes da empresa de consultoria Projeto, de Palocci.


A WTorre, conforme a reportagem, fechou negócios com os fundos e com a Petrobras quando Palocci era deputado federal, entre 2006 e 2010.


Em nota, a empreiteira confirmou ter contratado a Projeto, mas disse que se reserva o direito de não comentar. A Projeto, por sua vez, afirmou que cláusulas de confidencialidade não permitem revelar os nomes dos clientes.


CPIs


Os partidos de oposição ao governo anunciaram nesta sexta que vão coletar assinaturas na próxima semana para a criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) a fim de apurar as circunstâncias da evolução patrimonial de Antonio Palocci. PSDB, PPS, DEM e PSOL querem investigar supostas denúncias contra Palocci após frustradas tentativas de convocá-lo para comissões no Congresso.


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que tem o poder de instalar CPI mista, diz considerar precipitado o debate. "Eu não acho motivo nenhum para nenhuma CPI, uma vez que até agora eu não vi no debate que tivesse algum crime a ser levantado ou alguma outra contravenção que se pudesse ter que investigar."


Ida Garcia/Fonte: G1

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